domingo, 8 de agosto de 2021

CAMAQUIANO

Necessária ponte

suspende ilusões 

sela encontros

amores eternos


Catarina Santos

CAMAQUIANO

 Orzabal genial

melodia incomparavelmente

bela poesia

segredos incontáveis


Catarina Santos 

quinta-feira, 11 de abril de 2013


Sem título
 
Seu sorriso me fez sorriso
Estou totalmente só
E você tal como Sócrates na Academia
A confundir seus discípulos
Quanto mais próximos mais distantes
Que tal um ponto em comum?
Com ou sem aporia
É sempre um começo
A cada dia realizarmos o nosso ser
Ser distante e próximo

Catarina Santos

A espera 
 

Tão longas as jornadas
As noites enluaradas
Até mesmo as horas passadas
Tão longo o tempo
Que nem mesmo o vento
Carrega consigo
Eu a espera do amado
Amante desejado
A tanto tempo esperado
Em muitos versos cantado
Entre encantos e desencantos
De amores perdidos
O avistei nos campos,
Num outono, ainda verdes
Numa bela tarde  triste
Que  ao lhe ver, alegrou-se
Tal como meu coração
A natureza curvou-se à sua presença
E eu, extasiada frente tamanha beleza
Hoje, apaixonada espero avistá-lo
Nos campos, talvez.

Catarina Santos

Carinho

 
Você chegou de mansinho,
Carinho
Huuumm, mais perto
Assim, claro!!!
O que vês com este olhar terno?
Ah....te quero sempre perto, mais perto
Ah....estes campos nos convidam
a rolar nossos corpos sobre eles
O frescor destes  campos.... você...
Carinho, um leve encostar dos lábios
Assim, levemente, bem suave
Ah.... um romance, um amante?
Nossas  mãos  a se tocarem  lentamente, ah....
Suadas,  frias, trêmulas
Posso ouvir  o compassado dos nossos corações
1....3,4 e 1...3,4
Não,  nenhuma palavra,  nenhuma
Só o nossos  olhares,  expressão
da   nossa  voz  mais profunda,
Visceral, tal como o grito primordial,
Desejo intenso, suave...
E selvagem, nossos corpos a rolar pelo campo
Um momento.... uma pausa....o silêncio....
Hum, seu cheiro...seu calor...
Meus dedos ávidos em tocar sua pele,
percorre seus contornos
Toco seus lábios... um beijo, longo beijo
Corpos enroscados,  rolando...rolando...
Os campos, os pássaros, esta brisa.....
Nossos corações em  êxtase, um espasmo e
Nossos corpos se acalmam.
A serenidade, os nossos corpos....
Ah.... estes imensos campos... a nos convidar
Carinho, vamos?

Catarina Santos

Cãozinho

Pretinho ganindo
Assustado, amuado, coitado
Tremulo da dor do abandono
Na rua ainda pequeno.
Escondendo-se de todos
Corria para os cantos

A procura de um abrigo.
Mas, quem o enxergaria,
Quem abrigaria um cão da rua,
Faminto e sujo correndo entre
Os transeuntes?
Solta um ganido da dor,
Agora do chute: sai daqui.....
O estourar dos fogos o atemorizava e
Apenas um esconderijo  buscava
Mas qual o que ?!
Quem se encomendaria com um cão
De rua sujo e faminto?
Não faca isto, disse alguém
Correndo ao encontro do bichinho
Acalentando-o.
O cãozinho, coração acelerado
Aconchegou-se ao colo como
Se filhote fora
O medo foi-se indo até recuperar
A confiança na vida, no outro
Saiu dali faceiro, acho mesmo que estava feliz
Os fogos? Já não o assustava mais
Então, do que mesmo ele fugia?

Catarina Santos

Sobre o tempo
 
Na metade do tempo,
qual é o tempo?
Do que ainda há por vir?
Não há como medir.
Na metade da idade?
Qual idade é a metade?
Então na meia idade, qual é
mesmo a idade?
É melhor não anotarmos a idade!

Catarina Santos