segunda-feira, 19 de maio de 2008

Quando amar é demais

Ouvi um amigo dizer
estar farto de ouvir falar de amor.
Pobre pessoa esta,
amiga dos tempos de infância.
Terá tido algum desencanto
ou uma paixão desmedida?
Terá medo de arriscar-se
ou mesmo perder-se?
Saberá ela das coisas do coração
ou quer apenas delas se afastar?
Poderá ter optado pela praticidade
da relação segura ou prazeres fugazes.
Certamente não terá escolhido sentir
a dor da saudade,
experimentar a possibilidade da perda,
a angústia da espera, a incerteza...
Não escolheu igualmente
viver a alegria do encontro,
o prazer do abraço apertado e do olhar carinhoso.
Não saberá descrever
a beleza do seu sorriso refletida
no sorriso da amada.
O beijo incondicional e a unidade absoluta,
também disto não quer saber.
Escolheu não amar... simplesmente.


Catarina Santos

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